Moradores e turistas participaram na manhã desta quinta-feira, 19, dos rituais religiosos da procissão e Levantamento dos Mastros, na Vila Balneária de Alter do Chão, distante 37 quilômetros de Santarém, no oeste do Pará.
Os dois mastros ornamentados com frutas demonstram a diversidade e abundância de alimentos na região.
O ritual começou com bênçãos aos visitantes e aos personagens que compõem a parte religiosa da festa e agradecimentos ao Divino Espírito Santo.
Em seguida, ao som de ladainhas e da banda Espanta Cão, os participantes seguiram em procissão até à Praia da Gurita, onde pegaram os troncos de árvores que permaneciam no local desde sábado, 14, quando foram retirados da floresta as margens do Lago Verde, e levaram até a Praça do Sairé.
A caminhada foi acompanhada por foliões que seguiram o cortejo embalados pelas músicas religiosas durante todo o percurso.
Na Praça do Sairé, foi realizada a tradicional competição entre homens e mulheres, de quem ergue os mastros enfeitados primeiro. Neste ano, os homens venceram a disputa.
Os mastros permanecem na Praça do Sairé até segunda-feira, 23, quando ocorre a derrubada, os agradecimentos e a grande comunhão. A disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa acontece neste sábado, 21, no Sairódromo, em Alter do Chão.
CONFRATERNIZAÇÃO
Para o professor Jackson Rego, a disputa no ritual do Levantamento dos Mastros representa um equilíbrio entre o lado feminino e masculino e uma confraternização. “Este é o momento mais importante, porque todos estão representando sua fé em relação a fartura da produção local. Essa disputa acaba sendo uma confraternização entre o masculino e o feminino. O importante é que neste momento mostramos que todos somos irmãos e nos unimos ainda mais em função do Sairé”, destacou o professor Jackson.
FESTA DO SAIRÉ
O Festival do Sairé é realizado anualmente na Vila de Alter do Chão e reúne elementos religiosos e profanos. De acordo com historiadores, a festividade, que foi introduzida na Amazônia durante as missões evangelizadoras de padres jesuítas no fim do século 17, é repleta de simbolismo, com detalhes que mostram a influência do período de colonização, como é o caso do símbolo maior, o arco do Sairé, que lembra um escudo português, e que louva o Divino Espírito Santo.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: Portal Santarém