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Santarém(PA), Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024 - 12:04
27/11/2019 as 06:29 | Por Da Redação |
Prisão de brigadistas é para desmoralizar ONGs, diz Projeto Saúde & Alegria
Deputado federal Airton Faleiro (PT) falou que ONGs estão sofrendo perseguição política
Fotografo: Gabriel Paiva
Caetano Scannavino, do Saúde & Alegria, e parlamentares falaram sobre a situação, em Brasília

A prisão de quatro brigadistas, na manhã de terça-feira, 26, em Santarém, oeste do Pará, ganhou repercussão nacional e internacional.  Eles são suspeitos de atearem fogo na Área de Proteção Ambiental (APA) de Alter do Chão, em setembro deste ano.

Além das prisões, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos por investigadores da Polícia Civil do Pará. Um deles teve como alvo a sede do Projeto Saúde e Alegria, em Santarém.

Em nota publicada em uma rede social, o Projeto Saúde & Alegria deu a seguinte declaração sobre as prisões e o mandado de busca e apreensão na sede da Organização Não Governamental (ONG):

"É uma situação kafkaniana, um pesadelo. O que a gente percebe que é claramente uma política para tentar desmoralizar as ONGs que atuam na Amazônia. É muito preocupante”, afirma o Coordenador do Projeto Saúde & Alegria, Caetano Scannavino.

De acordo com Scannavino, o Projeto foi surpreendido com o mandado na manhã de terça-feira. Porém, ainda não existe nenhum procedimento contra o Projeto.

"O Projeto Saúde & Alegria foi surpreendido nesta manhã (terça-feira) com a busca e apreensão de documentos pela Polícia Civil. Não existe no momento nenhum procedimento contra o Projeto Saúde e Alegria, mas apenas a apreensão de documentos institucionais no âmbito de um inquérito a respeito do qual ainda não temos acesso a nenhuma informação. Reforçamos que estamos colaborando com as investigações. A instituição acredita no Estado Democrático de Direito e espera assim como todos os que estão acompanhando, o mais rápido esclarecimento dos fatos", declarou.

O coordenador da ONG Projeto Saúde & Alegria, Caetano Scannavino, disse, que o mandado de busca e apreensão de que a entidade foi alvo nesta data no âmbito da operação “Fogo do Sairé”, da Polícia Civil do Pará, continha imprecisões. A instituição teve documentos apreendidos em Santarém (PA) em meio a sete mandados que foram cumpridos também em outras ONGs com atuação no Estado.

Fundada em 1987 na Amazônia, a ONG atua em municípios do Pará por meio de promoção e apoio ao desenvolvimento comunitário sustentável.

O dirigente estava na Câmara dos Deputados para participar de uma audiência pública sobre o abastecimento de energia elétrica em comunidades isoladas quando soube da notícia sobre a operação. Ele se disse surpreso com o ocorrido e afirmou que a ONG viveu “uma manhã de terror”.  

“A gente fica muito preocupado porque é uma equipe que trabalha dia e noite nas comunidades, que não mede esforços pra atuar junto a um barco-hospital, pra levar energia e saneamento [pras pessoas] faça chuva ou faça sol. Nesses 31 anos de Projeto Saúde & Alegria, hoje foi a manhã mais triste da nossa história”, desabafou.

Para o deputado federal, Airton Faleiro (PT), as ONGs estão sofrendo perseguição política.

"Organizações Não Governamentais de Santarém são vítimas de prisões, buscas e apreensões infundadas sob a absurda alegação de envolvimento em incêndio da Área de Proteção Ambiental de Alter do Chão", comentou Faleiro.

Ele revelou que assim que Caetano Scannavino, um dos coordenadores do Saúde & Alegria, que esteve na Câmara Federal hoje, participando de audiência pública sobre os “excluídos elétricos”, lhe denunciou o fato, ele interrompeu a audiência pública, em caráter de urgência, para informar o ocorrido e convocar, em nome do Fórum Permanente em Defesa da Amazônia, uma coletiva no Salão Verde, na tarde de hoje (terça-feira), para tratar dos mandados de prisão e de toda a situação.

OPERAÇÃO POLICIAL

Quatro integrantes da Brigada de Incêndio de Alter do Chão foram presos, na manhã de terça-feira (26), por suspeita de incêndio criminoso na Área de Proteção Ambiental (APA). A ação resultou de uma operação da Polícia Civil chamada "Fogo do Sairé", que visa desarticular o grupo que ateou fogo no local em setembro deste ano.

Segundo informações da Polícia Civil, foram presos preventivamente: Daniel Gutierrez Govino; João Victor Pereira Romano; Gustavo de Almeida Fernandes; Marcelo Aron Cwerver.

O delegado de Polícia Civil do Interior, José Humberto Melo, disse que a Polícia investiga a participação da ONG no recebimento de doações para a Brigada de Alter do Chão, após o incêndio na APA. A Brigada, de acordo com o delegado, teria recebido cerca de R$ 300 mil através do CNPJ do Saúde e Alegria e também da ONG Instituto Aquífero Alter do Chão.

Por: Manoel Cardoso

Fonte: Portal Santarém

 




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