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23/11/2020 as 11:41 | Por Redação |
Mulheres de todo o Brasil vão às ruas pedir a proteção de Alter do Chão, no Pará
Campanha nacional chama atenção para a especulação imobiliária e gentrificação em Alter do Chão
Fotografo: Reprodução
Ação faz parte do lançamento da campanha #SalveAlterDoChão liderada pelas Suraras do Tapajós

Nos dias 21 e 22 de novembro, várias pessoas foram às ruas em Alter do Chão (PA), Santarém (PA), Manaus (AM), Belém (PA), Brasília (DF), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) para espalhar pôsteres lambe-lambe chamando atenção para a especulação imobiliária e gentrificação em curso em Alter do Chão, Pará. 
Essa ação simultânea faz parte do lançamento da campanha #SalveAlterDoChão liderada pelas Suraras do Tapajós, Associação de Mulheres Indígenas de Alter do Chão. "Levar as mensagens das Suraras para as grandes cidades é muito importante, pois temos que ter consciência de que fazemos parte do problema, principalmente quando se trata do turismo. Festas de música eletrônica na praia que só com seu som matam animais da floresta, lanchas enormes que jogam lixo no rio e por aí vai… as consequências são estrondosas", contou Alice Junqueira, 35, integrante do coletivo Clímax Brasil, que participou da atividade na cidade de São Paulo.
"Recebi esse chamado do Tapajós e das Suraras do Tapajós. Lutar ao lado de quem resiste com as nossas florestas é a única forma de libertar o nosso futuro! Além disso, foi incrível lutar em afeto e comunidade com outros jovens de Brasília", relatou Paloma Costa, 28, ativista climática e integrante do Engajamundo.
A campanha foi criada a partir da realização de uma roda de histórias de vida, onde as Suraras compartilharam suas memórias. A partir do que ouviram, identificaram vários temas que afetam sua qualidade de vida e sobrevivência, e escolheram um para criar um chamado coletivo de ação para todo o Brasil.
"Não faz sentido transformar Alter do Chão em uma cidade grande, desmatar e construir resorts e prédios altos na orla para pessoas de fora e com dinheiro. Estão expulsando as famílias Borari cada vez mais para a periferia, e acabando com o Rio Tapajós. Não podemos deixar que destruam nosso território e nosso modo de vida", afirma Leila Borari, turismóloga e integrante das Suraras. "Quando criança eu me banhava todos os dias no rio antes de ir para a escola junto com outras crianças, enquanto nossas mães lavavam roupa. Infelizmente, fazer isso hoje não é mais possível", conta Ianny Borari, autônoma e integrante das Suraras.
Alter do Chão, antes de ser um paraíso turístico, é território indígena Borari, fica na área do maior aquífero do mundo e tem uma grande importância para a manutenção da biodiversidade e sistema climático mundial, assim como toda a região amazônica. “Não queremos que as pessoas deixem de vir para Alter, mas que Alter seja um lugar onde todo mundo se respeita e que a natureza e os modos de vida indígenas sejam preservados”, complementa Ianny.
Os pôsteres foram desenhados pela artista paraense Renata Segtowick. "Fiz as ilustrações traduzindo para a linguagem da arte urbana as imagens e frases que foram criadas coletivamente pelas Suraras", contou a artista gráfica. Os 12 pôsteres estão disponíveis gratuitamente online para impressão e também disseminação pela internet. O convite é para que cada vez mais pessoas se envolvam e continuem espalhando as mensagens.
Guia para ação Online
- Baixe as imagens aqui ou no link na bio do instagram das @surarasdotapajos e espalhe nas suas redes marcando @surarasdotapajos @climaxbra @renataseg.art #SalveAlterDoChao #NaoCalemNossasVozes #TapajosVivo #NaoDeixeNinguemParaTras #Agenda2030
Pelas ruas da sua cidade
- Baixe os lambes aqui ou no link na bio do instagram das @surarasdotapajos
- Divirta-se com a intervenção, use máscara, não promova aglomeração, fotografe e marque @surarasdotapajos @climaxbra @renataseg.art #SalveAlterDoChao #NaoCalemNossasVozes #TapajosVivo #NaoDeixeNinguemParaTras #Agenda2030
Essa ação faz parte do projeto "Mulheres Tapajônicas 2020" e foi realizado com a participação financeira da União Europeia. O seu conteúdo é de responsabilidade exclusiva do Clímax Brasil, não podendo, em caso algum, considerar-se que reflete a posição da União Europeia.
A Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós é uma organização sem fins lucrativos tem a missão de combater a violência e racismo, para o empoderamento de mulheres indígenas em sua autoestima e na defesa de seus territórios.
O Clímax Brasil é um coletivo de pessoas comuns, cheias de disposição, que atua criativa e divertidamente, fazendo mágica para tirar as mudanças climáticas do armário no Brasil.
Fonte: Portal Santarém e Isabelle Maciel




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