O diagnóstico precoce é a principal forma de prevenção da doença e do sucesso na recuperação dos pacientes diagnosticados. O dia 24 de março é data escolhida para se fortalecer o alerta da tuberculose, que é infecciosa e tem uma taxa de mortalidade continua há décadas. Os especialistas do Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS) destacam que quando o paciente chega na Unidade, na maioria das vezes, já está com quadro grave. Essa doença afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
O tema da campanha mundial deste ano é “O tempo está passando”, e tem o objetivo de pedir à população mais comprometimento dos líderes governamentais e da iniciativa privada com ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e incentivo à pesquisa para erradicar a TB até 2030.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a tuberculose continua sendo o assassino infeccioso mais mortal do mundo. A doença ainda é considerada uma emergência global pelas instituições de saúde.
O Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH) do HMS ao longo do ano de 2020 notificou 77 casos de tuberculose. Mesmo com a pandemia, sendo nesse caso um reforço nas medidas de prevenção, a redução de casos foi baixa em comparação ao ano anterior, representando 13,48%. Nos últimos três meses, o HMS registrou 6 acolhimentos especializados.
O infectologista do HMS, o Dr. João Assy destaca que o mais importante é o diagnóstico precoce e caso apresente sintomas realize o exame do escarro, onde se localizam as microbactérias. “As pessoas que têm tosse há mais de três semanas e que não tem nenhum diagnóstico já firmado, é importante fazer o exame do escarro, porque o quanto antes for diagnosticado se evita a transmissão para outras pessoas e evita também as complicações típicas da tuberculose”, explicou ele.
Sintomas e Tratamento
Por se tratar de uma doença causada por uma microbactéria de crescimento lento, os sintomas também são lentos, que são desenvolvidos entre semanas e meses, tais como a perda de peso, febre, tosse com catarro e às vezes com saída de sangue.
Hoje, o HMS está com dois pacientes diagnosticados com a doença e recebendo tratamento. Entres eles, M.R.S., 25 anos, que deu entrada na Unidade na última segunda-feira, 22 de março. Ele foi atendido pelo médico plantonista que já indicou uma suspeita de TB. O paciente iniciou o uso de antibióticos, passou por exame de Raio-X, exames laboratoriais e o exame do escarro que veio confirmar a doença.
A mãe do paciente conta sobre os sintomas que ele apresenta, e como nunca suspeitou que poderia se tratar de tuberculose. "Ele tem uma tosse há mais de seis meses, nos últimos dias ele começou a sentir muita febre, dor nas costas e a tosse aumentou, mas eu nunca imaginei que poderia ser uma doença mais grave como essa. Ainda bem que aqui, no Hospital Municipal, ele recebeu o tratamento correto bem rápido", disse ela.
O paciente está no setor de isolamento do Hospital e segue sendo acompanhado pela especialidade de infectologia e aos cuidados da equipe multiprofissional da Unidade.
Os pacientes que são acolhidos no HMS e recebem o diagnóstico de TB iniciam o tratamento desde o primeiro atendimento. João destaca que se trata de um tratamento prolongado, mas que quando feito de forma adequada promove a cura desses pacientes. “A tuberculose tem tratamento e tem cura, um tratamento de seis meses, que quando é feito corretamente cura a maioria dos casos”. finalizou ele.
Fonte: Portal Santarém e Natashia Santana/HMS e UPA
