Maria Zuíla Lima Dutra, natural de Santarém, casada com o jornalista Manoel Dutra, lembra da sua história de vida até hoje. Foi vendedora, bancária, telefonista e trabalhadora infantil. A menina tem uma linda história de vida e fazia isso para sobreviver e ajudar sua mãe.
Ela foi telefonista, professora de matemática, funcionária do Banco do Brasil, cursou Direito, até ser aprovada no primeiro concurso público e anos mais tarde ingressar como juíza do Trabalho em 1995, até tomar posse como desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá).
No Dia Internacional da Mulher, a reportagem conversou com a desembargadora sobre a data especial. Zuíla reforçou que a mulher ainda precisa lutar muito e saber o que realmente é comemorado no dia 8 de março.
“É uma data que nos leva a recordar que as mulheres são reconhecidas pelas suas conquistas, independente de nacionalidade, raça, língua ou condição social. Mas vejo que a mulher de hoje ainda tem muito o que conquistar para que a igualdade de gênero seja uma realidade. Não devemos esperar que essa mudança ocorra com naturalidade ou que se fará apenas com um Dia Internacional da Mulher. É preciso ir à luta em busca de solidificar todos os direitos conquistados e estão sendo violados dia a dia”, afirma a desembargadora.
Uma das suas paixões de Zuília, é o envolvimento com trabalhos de cunhos sociais. Em janeiro de 2014, ela passou a integrar a Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do Tribunal Superior do Trabalho e gestora regional no TRT da 8ª Região.
Entre as ações desenvolvidas pela gestora, ela destaca a realização de duas marchas contra o trabalho infantil que reuniu mais de 20 mil pessoas em Belém no ano de 2015 e a II marcha reuniu mais de 100 mil pessoas neste ano.
Maria Zuíla Lima Dutra ficou reconhecida nacionalmente por seus serviços prestados à comunidade. Ela recebeu diversas premiações de mais alto grau de importância, uma delas o prêmio de Mulher Destaque, concedido pela Câmara Municipal de Ananindeua, e a Medalha do Mérito Francisco Caldeira de Castelo Branco, o mais alto grau concedido no âmbito da municipalidade de Belém, entre outros.
Para que ela fosse reconhecida, não precisou de muita coisa, apenas luta até hoje contra a erradicação do trabalho infantil, e tem orgulho de ser mulher e encorajar outras a ter a mesma postura, coragem e engajamento.
“Precisamos honrar todas as mulheres que nos antecederam na luta, procurando defender os diretos humanos com determinação e coragem. Essa luta é pelo conhecimento de sua virtude, aprofundamento de laços familiares e engajamento com causas sociais. São posturas fundamentarias para o surgimento que todos nós aspiramos. Feliz Dia Internacional da Mulher”, finaliza a desembargadora.
Fonte: Portal Roma News