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08/04/2021 as 07:55 | Por Redação |
Advogado paraense consegue soltura para acusado de participar da Chacina de Cujubim, em Rondônia
Defesa afirma que, agora, o acusado poderá responder com dignidade à justiça e à sociedade
Fotografo: Reprodução
Dr. Lucas Sá diz que seu cliente poderá responder com dignidade para a justiça e para a sociedade

Após cumprir cinco anos de prisão em regime fechado, Rivaldo Souza, um dos acusados de participar do caso que ficou conhecido como Chacina de Cujubim, foi solto no último domingo, dia 04, no estado de Rondônia, onde são apurados homicídios decorrentes de conflito agrário. A liberdade foi determinada em Habeas Corpus decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. 

Rivaldo de Souza estava preso preventivamente. Ele foi condenado a cumprir 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri, porém o julgamento foi anulado e, em razão da pandemia do novo coronavírus, ele ainda não foi julgado novamente pelos jurados da cidade de Ariquemes-RO. 

O advogado Lucas Sá, fundador do escritório Sá Souza Advogados, entrou há pouco tempo no caso e comemorou a decisão, por entender que, agora, Rivaldo poderá se defender com dignidade perante à justiça e à sociedade rondoniense. 

Lucas explica o que acontece a partir de agora com o cliente. “Ficará em liberdade até o julgamento do Habeas Corpus pelo Tribunal de Justiça de Rondônia. A expectativa é que a liberdade seja mantida, pois é medida adequada ao entendimento dos Tribunais Superiores. Além disso, Rivaldo tem todo o interesse em se defender, neste processo, para que seu nome seja limpo, pois ele nunca respondeu nenhum outro processo criminal na vida”, alega. 

O caso 

Os crimes que ficaram conhecidos como Chacina do Cujubim ocorreram no final de janeiro de 2016. Conforme as investigações da Polícia Civil, uma reintegração de posse havia acontecido na Fazenda Tucumã, no município de Cujubim, interior de Rondônia. Mas os jovens, que seriam os invasores da terra, não estavam na propriedade quando houve a reintegração, por isso, voltaram no dia seguinte para buscar pertences que haviam ficado para trás. 

Chegando na fazenda, as vítimas se depararam com homens armados que os obrigaram a sair da propriedade. Quando eles voltavam para o carro que tinha ficado numa propriedade vizinha, os seguranças da fazenda atiraram contra eles. Três dos rapazes conseguiram correr para a mata e sobreviveram, mas Ruan Lucas Hildebrant e Alysson Henrique de Sá Lopes, não. 

No dia 1º de fevereiro o corpo de Alysson foi encontrado dentro de um carro por um vaqueiro de uma fazenda na zona Rural de Cujubim. 

Em março, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o desaparecimento dos jovens. Na época, os dois policiais militares suspeitos de participação no crime estavam presos. 

Os PMs, segundo a investigação, faziam parte de um grupo que trocou tiros com a própria polícia durante as buscas pelos jovens, em 3 de fevereiro de 2016. 

No dia do confronto, um arsenal de armas foi apreendido com os suspeitos na Fazenda Tucumã. Cinco pessoas foram indiciadas pela morte dos jovens e a posse das armas. 

Em 2017, no banco dos réus, estavam: Rivaldo de Souza, Moises Ferreira de Souza, Jonas Augusto dos Santos Silva, Paulo Iwakami e Sérgio Sussumu Suganum. 

O Conselho de Sentença era composto por sete jurados e entendeu que, por falta de provas, todos os cinco réus deveriam ser absolvidos das acusações pela morte de Ruan Lucas Hildebrandt, de 18 anos. O corpo do jovem nunca foi encontrado. 

Conforme o documento, Jonas Augusto dos Santos Silva, Rivaldo de Souza e Moises Ferreira foram condenados, pela morte de Alysson e pela tentativa de homicídio de outras três pessoas. 

Pela morte de Alysson e as tentativas de homicídio, Rivaldo e Moises foram condenados a 30 anos de prisão, cada um. Já Jonas foi condenado a 28 anos de 9 meses de reclusão, pelos mesmos crimes. 

O pecuarista Sérgio Sussumu foi condenado por três tentativas de homicídio de pessoas que estavam na Fazenda Tucumã e correram para a mata afim de não serem mortas por diversos disparos realizados.  

Além da pena reclusiva, Jonas Augusto perdeu o cargo de policial militar porque foi condenado a mais de 4 anos de prisão. O sargento da reserva Moises não perdeu a aposentadoria porque havia entrado na reserva tempos antes dos crimes. 

Na mesma noite do julgamento, foi expedido e cumprido o alvará de soltura de Paulo Iwakami, que foi absolvido de todos os crimes em que era acusado no processo. Os demais réus, que foram condenados retornaram diretamente para o presídio. 

FontePortal Santarém e Ana Carvalho  

 




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