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Santarém(PA), Quinta-Feira, 02 de Maio de 2024 - 20:30
25/03/2021 as 07:35 | Por Redação |
Série Lago Grande do Curuai. Parte I
A rota da decadência: PAE ilegal, representatividade ilegítima para boicotar empreendedores e implantar agenda da esquerda sindicalista
Fotografo: Reprodução
Artigo de Edward M. Luz, Cientista Social

Com um longo histórico de busca pelo progresso e desenvolvimento, a outrora próspera região do Lago Grande do Curuai, apesar de rica e promissora vem sendo progressivamente empobrecida por estratégias da agenda sindicalista e ecossocialista como a imposição de um Projeto de Assentamento Agroextrativista ilegal, imposto pela vontade de lideranças da esquerda sindicalista que fortalecida pelos governos do PT nas três esferas do poder para pôr em prática um experimento de gestão territorial ecossocialistas retrogradas e sabidamente fracassadas. Entenda aqui o experimento socialista em voga no Lago Grande. 

Em meio a maior pandemia de todos os tempos que ceifa a vida de alguns de seus moradores, espalha medo e gera recessão, e ainda enfrentando as constantes quedas de energia e frequentes interrupções do serviço de internet, ocasionado em parte pelas fortes chuvas deste rigoroso inverno, os moradores da Vila ou Distrito de Curuaidistrito da região do Lago Grande em frente Santarém, gostariam de ter muitos outros motivos para celebrar o seu 121º aniversário de sua elevação à categoria de Vila. Refletindo sobre a sua longa história e buscando motivos para comemorar encontram apenas a luta de grandes homens e mulheres do passado cujo legado de vitórias e avanços assegurados em décadas atrás, encontram-se cada vez mais ameaçado.  

A longa busca por progresso e desenvolvimento da localidade de Curuai remonta ainda aos longínquos e primeiros anos dos contatos entre os descendentes dos colonizadores asiáticos, tecnicamente identificados por ameríndios Curuaís, com a leva dos recém chegados colonizadores europeus ou seus descendentes neobrasileiros cujo heróico empreendimento colonizatório espalhava-se já em meados do século XVIII por rios, igarapés e os mais recônditos rincões do interior da província do Grão-Pará, chegando à aldeia dos Curuaís. 

Estimulados pela natural curiosidade humana e pelo impulso por progredir e desenvolver-se em busca de melhorias, novas tecnologias ou mesmo pela busca de área para que pudessem sobreviver da agricultura de subsistência, homens e mulheres das três principais matrizes étnicas decidiram unir-se por laços de afinidade e matrimônio para juntos, formarem o que veio a ser a enorme e crescente sociedade mestiça curuaiense. Foi pela inteligência e desejo de empreendimentos progressistas que a sociedade cresceu contando hoje com não menos que 15 mil eleitores, 34 mil habitantes dispersos em mais de 100 comunidades que se espalham por uma área de 3.653 km², com mais 13 mil hectares de pastagens naturais e artificiais, onde já pastaram mais de 30 mil cabeças de gado. que bem poderia abrigar importantes projetos de desenvolvimento.  

A longa história em busca da autonomia e desenvolvimento contudo é repleta de revezes e retrocessos e já obscurecida pelo véu do esquecimento social. Poucos são aqueles que se lembram dos atores que realmente proporcionaram a elevação da região à categoria de vila. Aqueles que o fazem, relembram-se apenas os muitos nomes dos personagens de sua história. Joaquim Ambrósio Correia o Barão do Tapajós, Manoel e Joaquim Soares, Zé Laurindo, Ademar Tapajós, Luís dos Reges, Zé Cambão, Antônio Figueira, José Grigório filho do Inanu e Marcolino Garlucio são apenas alguns dos nomes daqueles que se envolveram no pedido da categoria de Vila Curuaí. Maximiliano Figueira e Sansão Lourido já são lembrados por suas lutas pelo progresso da comunidade e pelo pleito de elevação à categoria de município. Aparentemente, este movimento emancipatório fortaleceu-se ainda nas primeiras décadas do século XX. Em novembro de 1927, a lei municipal nº 2.628 delimita a área de Vila Curuai e em março de 1938, por meio de um decreto da Lei nº 2.972, criou-se o Distrito de Curuai. Anos depois, em setembro de 1967, cria-se a subprefeitura, com sede na vila do mesmo nome e circunscrição administrativa no Distrito do Curuai, por meio da Lei Municipal nº 2.866. Outros nomes importantes foram se destacando ao longo dos anos. Tiago Xisto de Aragão, o primeiro professor que inaugurou a educação pública na região é lembrado e homenageado tendo seu nome atrelado a mais moderna escola de ensino fundamental da vila CuruaiProfessor Tiago Xisto. 

Impressiona ver, contudo, como o testemunho de vida de um único líder comprometido com a vida e com o progresso tanto para grande CuruaiFrei Gilberto Wood foi o batalhador pela melhoria de vida e promotor do desenvolvimento da região lagograndense. Cidadão norte-americano era proveniente da cidade de Saint Louis, Missouri, no sul dos Estados Unidos. Possuindo um vasto conhecimento, formação e maestria em pelo menos setes áreas do conhecimento, frei Gilberto integrou uma das primeiras safras de freis franciscanos que, desde a década de 1940, internaram-se nas beiradas da Amazônia, para substituir em parte os missionários alemães, remanejados da região em virtude da segunda guerra. Na vila de Curuaí Frei Gilberto Wood por mais de três décadas onde construiu a sua carreira deixando um legado de honra e desenvolvimento regional. Pequeno em estatura, mas com um amor e inteligência imenso Frei Gilberto, possuía um espírito irrequieto. Médico, mecânico e piloto de avião, o religioso alternava-se entre a sua moderna oficina, onde inventava instrumentos de trabalho, e as atividades intrínsecas de um padre numa comunidade do interior, mas aplicou todo seu conhecimento na promoção do desenvolvimento da região. Pe. Gilberto Wood  

Mas de todos os seus feitos, a abertura da Translago sem dúvida foi o seu legado que mais contribuiu para o crescimento, expansão e progresso da região. Sua saída de Curuai na década de 1990, contudo, inaugurou o período nebuloso de abandono e decadência socioeconômica da região, que não por acaso, coincide com a radicalização esquerdista de setores da Igreja como a Comissão Pastoral da Terra, o Conselho Indigenista Missionário e mais recentemente a Pastoral da Juventude. Órgãos que foram aos poucos afastando-se da essência dos princípios e valores do evangelho, para adotarem doses homeopáticas das doutrinas e propostas gramscianas de condução silenciosa ao socialismo. A estratégia funcionou bem no Curuai 

  

PAE Lago Grande: um experimento de Cubanização Amazônica Em Miniatura. 

No começo do século XXI, mais precisamente em 2005, a condução mal-intencionada da liderança sindical da região, conseguiu impor sob a região o Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (PAE Lago Grande) criado em 2005, por demanda das comunidades das regiões do ArapiunsArapixuna e Lago Grande, que juntas compõem toda a gleba Lago Grande. Os relatos de quem participou destas reuniões dão conta de uma série de artifícios ardilosos e condenáveis que as lideranças do movimento usaram para subir e permanecer no poder que vão desde assinaturas insuficientes para um assentamento desta amplitude, até a coleta de assinaturas em folhas sem cabeçalhos, por vezes coletadas antes do almoço. A não distribuição do estatuto da região, além de uma série de desvios eleitorais integram o saco de maldades para a manutenção dos sindicalistas no poder. Só muito recentemente, quase quinze depois de sua fundação é que algumas das lideranças comunitárias constataram PAE foi uma armadilha um laço de passarinheiro armado por organizações esquerdistas para roubar-lhes aquilo que toda sociedade tem de mais promissor: o direito à propriedade, e o direito à liberdade de escolha pelo modelo econômico, que os levaria ao progresso. 

O discurso e a bandeira inicial de inauguração do PAE, como qualquer outra iniciativa da esquerda, sempre foi muito bonito e convincente. Prometia promover a Reforma Agrária enquanto programa de governo que buscaria “mudar essa realidade e garantir o acesso à terra para camponeses sem-terra, pequenos agricultores e assalariados rurais em geral”. Além da reforma agrária a proposta original falava em proteger as “famílias tradicionais” que vivem da pesca, do extrativismo (coleta de produtos da floresta), da agricultura e de outras atividades que geram pouco impacto ambiental, das constantes ameaças de “perderem suas terras para grileiros, sojeiros, madeireiras, mineradoras, etc” estes vistos como malvados e inclementes destruidores da Amazônia que deveriam ser combatidos a qualquer custo. E os custos eram altos por isto mesmo nenhum dos idealizadores e lideranças pouco falaram sobre eles. 

Pouco se falou por exemplo, que a modalidade de assentamento que se impunha sob a égide de um território de “grupos tradicionais” abriria um perigoso precedente para a invocação dos direitos territoriais “étnicos” sempre assegurados pela interpretação viciada de militantes públicos federais infiltrados em diversos órgãos estatais criando assim um sistema legal para impedir empreendimentos e evitar o progresso e desenvolvimento da região. Mas foi o que aconteceu. Ninguém jamais utilizou os termos experimento de geopolítica comunista por meio do PAE e esta omissão ajudou a sua implementação.  

Da mesma forma, ninguém jamais avisou que esta medida governamental lhes roubaria o vigor à iniciativa privada. Nenhuma das lideranças deu muita ênfase naquela parte em que dizia que em breve seriam impostas normas e regras ecossocialistas por meio de um “Plano de Utilização Das Comunidades Do Projeto De Assentamento Agroextrativista (PAE) Da Gleba Lago Grande”. E os poucos presentes nas reuniões, sem saber que a cartilha de regras seria recheada de “proibições” “Nãos” e impedimentos só consentiram. Só muito tempo depois é que o povo da região foi informado tarde demais, quando aparentemente já não havia mais o que fazer a não ser chorar. Nenhuma destas ideologias por detrás do instrumento foi sequer utilizado durante todos os anos da implementação do PAE.  

Poucos avisaram que esta política pública recomendada pelo STTR, aplaudida pelas ONGs e defendida por religiosos da esquerda católica, lhes roubaria o direito à propriedade. Dizia-se a época que “a criação de um assentamento em suas terras era um meio de proteção contra essas ameaças”. Muitos aplaudiram, outros permaneceram desconfiados. Poucos entenderam de fato a essência enganosa da estratégia socialista. Talvez um dos principais problemas da proposta é que, justo na sua implantação, quando as principais decisões deveriam ser tomadas, ninguém explicou com clareza que a criação de um “Assentamento Ambientalmente Diferenciado” altera completamente o modelo de propriedade que passa a ser coletivista e o modo de produção regional. Por isso, embora os limites dos lotes familiares sejam reconhecidos e respeitados pelos moradores e pelo INCRA (órgão responsável por executar a política de Reforma Agrária), a titulação da terra é coletiva. Os lotes podem ser transmitidos por herança, mas sua venda é proibida 

Como a proposta não fosse muito entusiasmante mesmo à época, prometeu-se benefícios e ajuda estatal que logo chegaria. Daí sim, todos correram para se cadastrar e assinar trazendo assim uma demão de legitimidade ao processo que, como aqueles serviços vagabundos logo começaram a descascar demonstrando as rachaduras do edifício.  Ninguém explicou direito que, quando um assentamento é criado, parte significativa do poder de decisão individual é transferido para um sistema de poder comunitário onde uma Federação de Associações quando a terra abriga mais de uma comunidade, como no caso do PAE Lago Grande é fundada justamente para “receber o título coletivo em nome das famílias” e a partir de então implementar a estratégia gramscista de sorrateiramente controlar e seguir implementando aos poucos a agenda ecossocialista de forma sutil e sorrateira, por meio dado monopólio do direito de fala junto aos órgãos públicos. 

Estas são precisamente as funções ocultas da FEAGLE (Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande). E com o estabelecimento da FEAGLE o esquema de tomada do poder democrático se fecha. Em resumo: em nome da luta contra o latifúndio, em busca da justiça social e em suposta defesa de “famílias tradicionais” o estado interveio para retirar direito, à propriedade, à liberdade e à voz política ativa, por meio da submissão das comunidades ao poder central da FEAGLE que, sob a justificativa de representar as comunidades da região (Lago Grande, Arapiuns e Arapixuna) que compõem o PAE Lago Grande, utiliza seu contato e acesso privilegiado ao poder público para controlar recursos para beneficiar aliados, perseguir adversários e impor a agenda ecossocialista. 

Imposta por sindicalistas do STTR e petistas por meio de vícios de origem que maculam todo processo de criação do PAE, mantido por esquemas escusos que permitem a manutenção indefinida de lideranças aliadas no poder e financiada por ONGs e fundações esquerdistas inter-nacionais e defendida por militantes públicos federais, o PAE é literalmente é uma Cuba, uma Venezuela em minuatura. Sua estrutura de obtenção e manutenção do poder a reproduz com fidelidade o experimento ecossocialista que limitam, empobrecem e faz o Lago Grande padecer 

Moradores da região ainda se lembram do Lago Grande do Curuai como tendo sido uma região rica e próspera. Muitos ainda acreditam como uma região promissora, mas a triste verdade é que toda a região vem sendo atacada pela esquerda mais retrograda pelos mais diferentes flancos e sucessivamente empobrecida.  

Conduzido de forma questionável, guiados por sindicalistas petistas da mais extremada esquerda comprometida em implantar as estratégias da agenda sindicalista e ecossocialista o Projeto de Assentamento Agroextrativista é uma típica armadilha tão decadente ilegal. Imposto por meio de reuniões de representatividade questionável e pela vontade e benefício da classe política da esquerda sindicalista, a mesma foi fortalecida durante os governos do PT que vicejou nas três esferas do poder para pôr em prática propostas de gestão territorial socialista. Só agora é que as associações comunitárias perceberam o engano e em meio ao descaso e sofrimento pedem para deixar a FEAGLE que, cada vez mais dependente do STTR, do Greenpeace e de outras ONGs internacionais, só funciona no nome, não possuindo nem legitimidade, nem autoridade nem qualquer outro projeto para a região que não implementar a retrógrada agenda ecossocialista 

Aproveitaram o alinhamento vermelho para atrair lideranças e comunitários com promessas vazias de benefícios fáceis que não se materializaram. À beira da derrocada ocasionada pelo descrédito generalizado e pelas crescentes deserções a FEAGLE vale-se de condenáveis artifícios da velha política para manter-se no comando poder. Só agora, é que os comunitários da região começam a perceber que foram enganados, e caíram em falsas promessas de benefícios fáceis que na verdade nunca vieram, e quando vieram foram concentrados por alguns e mal distribuídos.  

Diante de tal cenário ameaçador e assombroso para o Lago Grande do Curuai e região, cabe muito bem as perguntas: até quanto os comunitários permanecerão silentes e passivos à progressiva implantação do socialismo na Região do Lago Grande? Onde estão os cristãos que como Freio Gilberto Wood lutarão pela retomada de sua liberdade e pelo direito de progredirem, prosperarem e alcançarem a autonomia política de Curuai? 

Fonte: Portal Santarém 

 

 




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