Na região da Transamazônica, especificamente no Município de Uruará, segue as novidades e tecnologias relativas ao cultivo de cacau, como é o caso do produtor de cacau, Gilmar Batista de Souza, da chácara Sumaúma, no km 130 Norte.
Muito dedicado, o produtor faz um trabalho de pesquisa em sua roça com variedades de cacau importadas de outros Estados. Portanto, ele explica que também já multiplicou variedades do Estado do Pará, com resultados acima da média. A iniciativa é de muita audácia e coragem, porém, chama atenção pela produtividade.
Ele explica que na região da Transamazônica existem duas formas de produção de cacau, uma é o cacau híbrido, com sementes da CEPLAC, e, agora um novo sistema de plantio, que é o clone, via enxertia. “Implementamos variedades de outros estados e variedades da região, como exemplo o casca fina, os pontas verdes, e num futuro próximo o cacau fino, almejando sempre a produtividade. Na verdade, temos uma gama de variedades em pesquisa, que é o recomendado”, explica.
Gilmar informou que em sua experiência, planeja plantar uma variedade em cada hectare. “Um Hectare, que equivale a 10.000 m², onde num plantio convencional 3x3, podemos colocar mais de mil plantas. Hoje pensamos mais além, porque tem a questão de mecanização, e estamos adotando o sistema fila dupla, com o trator, passo por uma fila, pulo outra, vou fazer a mecanização nesta minha roça e vou ter 950 plantas produtivas, por hectare”, informa.
O produtor de cacau também comemora os resultados da sua produção. “Das variedades plantadas, como é caso da CCN51, em apenas dois anos, conseguimos colher mais de dois quilos por pé, sendo que as demais variedades começaram a produzir com três anos, ou seja, com três anos, tivemos média de três quilos/plantas, como é o caso do PS1319, no próprio CCN51, e nos pontas verdes. Um resultado muito significativo”, comemorou.
A Secretaria de Agricultura de Uruará, a pedido dos próprios agricultores, deve promover nos próximos meses, um evento para tratar sobre a técnica do cacau clonado.
“A iniciativa é de muita coragem e audaciosa. Vamos promover um Dia de Campo, para que possamos tirar dúvidas e levar mais conhecimento aos agricultores sobre essa técnica de enxertia”, informou o prefeito de Uruará, Gilsinho Brandão, que visitou a comunidade.
O Secretário de Agricultura, Alderley Cândido, que também é engenheiro agrônomo, explica que a técnica de enxertia, agora é uma realidade na Transamazônica. “E, se ela chegou, precisamos, enquanto Secretaria de Agricultura, nos preparar, orientar os agricultores, para que as lavouras cacaueiras dêem certo em suas propriedades. É uma cultura que exige um cuidado e atenção especial”, explica.
Sobre o Dia de Campo o secretário informa: “Estamos estudando, o Executivo Municipal (Agricultura), o Poder Legislativo, juntamente com a Embrapa, a Emater e os produtores. A própria CEPLAC, promover um Encontro Técnico com agricultores interessados, na capacitação e conhecimento sobre a técnica da clonagem (enxertia),” informou.
A data ainda não está definida, mas, ele adiantou que neste Dia de Campo, todos os envolvidos, estarão seguindo as normas de segurança da Organização Mundial de Saúde. “Este Encontro Técnico será de suma importância para a agricultura, porém estamos nos preparando para garantir a segurança de todos”, concluiu o secretário.
A cacauicultura é uma atividade que movimenta a economia na região da Transamazônica, gerando emprego e renda. O cacaueiro adaptou-se perfeitamente ao clima e solos daqui, trazendo muita prosperidade para a região, contribuindo em muito para o desenvolvimento regional. No Pará, municípios como Altamira, Medicilândia, Uruará, Placas e outros, se destacam na produção do fruto, que tem em sua amêndoa um alto valor econômico, pois é a partir dela que vários produtos finais podem ser obtidos e o principal deles – o chocolate, que movimenta bilhões de reais todos os anos no Brasil.
Reportagem: Cirineu Santos
Fonte: Portal Santarém e Cirineu Santos