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Santarém(PA), Terça-Feira, 23 de Abril de 2024 - 09:11
24/07/2019 as 17:56 | Por Portal Santarém |
Moradores de Vila do Conde, em Barcarena, no PA, denunciam suspeitas de contaminação por caulim
O Ministério Público do Pará (MPPA) e a Delegacia de Meio Ambiente, da Polícia Civil, investigam o caso.
Fotografo: Reprodução / Arquivo Pessoal
MPPA e Polícia Ambiental apuram denúncias de contaminação por caulim em Vila do Conde, em Barcarena, no Pará.

Moradores do bairro Industrial da Vila do Conde, em Barcarena, nordeste do Pará, denunciaram ao Ministério Público do Pará (MPPA) e à Delegacia de Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, uma suposta contaminação por caulim na água fornecida à população pela Água de São Francisco. A empresa assumiu o abastecimento do município, por contrato licitatório com a Prefeitura do município.

Os moradores acreditam que os poços particulares da área podem ter sido contaminados pela mineradora Imerys. Em nota, a Imerys informou que não há nenhuma relação entre as atividades da empresa e a coloração esbranquiçada da água que abastece as casas do bairro Industrial.

Após a denúncia, a 2ª Promotoria de Justiça instaurou um procedimento para apurar a situação e recomendou à mineradora Imerys que seja feito imediato fornecimento mensal de 80 litros de água potável para as famílias residentes do bairro Industrial, já que a área está fora da área de atuação da concessionária.

Segundo a promotoria, as famílias estão impossibilitadas de utilizar a água dos poços e torneiras, até que as providências definitivas sejam tomadas. Uma equipe técnica do MPPA esteve no local na última segunda-feira (23) e constatou que a água da estação de tratamento do bairro apresentava alteração.

À Dema, os moradores informaram que a água fornecida pela Água de São Francisco passou a apresentar odor e coloração diferente, assim como a pressão começou a diminuir. De acordo com os relatos, muitas pessoas começaram a apresentar doenças de pele e dores no estômago.

Ainda segundo os moradores, cerca de 1300 famílias estão sem água. Eles afirmam que o abastecimento de água foi interrompido entre os dias 16 e 18 de julho, retornando no dia 19 com uma coloração branca e com odores fortes, ocasionando coceiras. Os moradores disseram também que tentaram contatar a administração da subestação da empresa Água de São Francisco, mas o problema não foi resolvido.

Segundo os denunciantes, a Dema, a Vigilância Sanitária Municipal e o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves fizeram coleta de amostras de água na região. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) também estaria acompanhando o caso.

Os moradores relataram, ainda, possuem exames médicos apontando a presença de metais, como cromo, alumínio, níquel, chumbo, cádinio, em volume dezesseis vezes acima do valor máximo permitido, e afirmaram que não saem do local, pois o processo indenizatório ainda está em curso na Justiça.

Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade informa que não foi comunicada oficialmente sobre o ocorrido, mas que vai acompanhar o caso. A Semas esclarece que o município de Barcarena se declara apto na gestão ambiental e é o responsável pelo licenciamento e monitoramento da concessionária em questão.

Já a Imerys garantiu que não há nenhuma relação entre as atividades da empresa e a coloração esbranquiçada da água que abastece as casas do bairro Industrial. A empresa informou que reforça seu compromisso com a transparência e segurança em suas operações e assegura a normalidade das atividades.

Distribuição interrompida

A Águas de São Francisco informou em nota que a região do Distrito Industrial está fora da área de atuação da empresa. O bairro não é considerado área urbana pelo contrato de concessão de água e esgoto, firmado com o município de Barcarena.

Mas a concessionária disse ainda que presta apoio a comunidade por meio de seu corpo técnico sempre que acionada e após receber a notificação dos moradores interrompeu a distribuição da água do referido poço. De acordo com a empresa, a comunidade está sendo abastecida através de outro poço tubular profundo.

A Polícia Civil informou que uma equipe da Dema estiveram em Vila do Conde para verificar a situação. Técnicos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves coletou amostras da água para realizar a perícia.

A água da cisterna estava com uma cor branca leitosa e um odor fétido. A amostra será encaminhada ao Laboratório Central do Governo (Lacen).

De acordo com a Polícia, moradores da comunidade prestaram declarações e informaram que a maioria deles apresenta doença de pele por conta do uso da água.

 




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