Uma balsa, conhecida como draga, utilizada na extração de ouro em rios da Amazônia, foi vista nesta semana, navegando em frente a Cidade de Santarém, no oeste do Pará.
Por estar a uma distância de aproximadamente 400 quilômetros da região conhecida por Província Aurífera do Tapajós, onde acontece a extração do mineral em grande escala, a balsa chamou atenção de moradores de Santarém.
Um vídeo mostra a draga navegando no rio Tapajós, em direção aos municípios de Itaituba e Jacareacanga, onde operações de combate ao garimpo ilegal, deflagradas pela Polícia Federal, ocorreram nos últimos meses.
De acordo com pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), nas dragas, os garimpeiros usam substâncias químicas e metais pesados para a extração de ouro, poluindo as águas do rio Tapajós e refletindo em problemas ambientais.
Nas últimas semanas, os pesquisadores observaram a diferença de coloração das águas do Tapajós, que banham as praias de Alter do Chão, em Santarém.
Eles desconfiam que a atividade garimpeira está despejando toneladas de lama no leito do Tapajós, o que possivelmente está ocasionando a mudança de coloração das águas de azul, para barrenta.
As águas turvas geram preocupação em moradores e donos de agências de turismo. Eles temem o avanço da poluição no Tapajós e os prejuízos que podem ocorrer ao turismo, considerado à principal atividade econômica do 'Caribe da Amazônia' e à saúde dos moradores de Alter do Chão, Santarém e dezenas de comunidades ribeirinhas.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: Portal Santarém