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Santarém(PA), Terça-Feira, 23 de Abril de 2024 - 03:37
12/03/2020 as 12:50 | Por Da Redação |
Infarto fulminante mata o ex-jogador Edu Jennings, em Belém
Edu jogou pelo América, São Francisco e São Raimundo
Fotografo: Reprodução
Na foto, Edu ao lado dos ex-parceiros do São Francisco, Darinta, Navarinho e Xabregas

Uma notícia triste para o futebol santareno. Faleceu na manhã desta quinta-feira, 12, em Belém, Eduardo Caldeira Jennings, mais conhecido por Edu, ex-jogador de futebol do São Francisco nas décadas de 70 e 80, clube onde atuou de ponta-direita e foi um dos maiores ídolos do Leão azul santareno.

Edu tinha 68 anos de idade, estava em Belém visitando seus familiares e sofreu um infarto fulminante na manhã desta quinta-feira.

Um dos maiores feitos de Edu foi ter jogador ao lado do maior ponta-direita do mundo, Garrincha, em um amistoso em Santarém, entre São Francisco e São Raimundo.

SAIBA UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

Edu foi um dos melhores pontas direita da safra santarena dos anos 70. Velocidade máxima, cruzamentos na medida, dribles correndo com a bola nos pés. Prematuro demais quando começou para uns e moleque bem vivido para outros, que usufruíram do seu talento. Uma frase de efeito do craque como jogador de futebol em Santarém: “Jogando pelo São Francisco, eu dei o passe para um dos maiores jogadores do mundo marcar o gol da nossa vitória contra o São Raimundo, o nome dele era simplesmente, “Garrincha”.

Garoto bem criado pelos pais, tinha nos seus irmãos mais velhos a segurança e cuidados pela boa disciplina familiar. Foi um privilegiado no centro da sua família. Ninguém segurava aquele garoto ágil de porte físico de atleta, já como menino na Avenida São Sebastião, perto da sua casa a pelada comia no centro, com Arinos, Cacareco, Hilton Dolzanes, entre outros garotos das redondezas. Com 13 anos de idade, já era cortejado para jogar em juvenis da cidade, mas foi ao completar 14 anos que ingressou no América dos Moraes para desequilibrar no bom time juvenil americano. Imagine. Edu no meio de Jeremias, Isaac, Renato Marinho, Mário César e Afonso Cupu, o que poderia sair deste time? Claro, dois títulos consecutivos, que deram respaldo para que o menino Edu fosse relacionado na lista de titulares, que fariam uma excursão na Vila de Fordlândia, recinto íntimo da Família dos Moraes. Primeiro não foi fácil convencer os familiares para ele viajar com a equipe e segundo teve que conviver a sua imaturidade, como marinheiro de primeira viagem. Não conseguiu dormir direito, durante a viagem. Com tanta emoção e preocupação de jogar ao lado de jogadores como: Manoel Moraes, Ataualpa, Nelson Cancela, Tovica, Arinos, entre outros tão famosos e bons de bola? Aquilo ali era demais para o garoto que vibrava quando via eles jogando, agora jogar junto com eles, só podia ser um sonho. Edu voltou à mais pura realidade, quando os craques americanos chegaram a ele e deram todo apoio que ele precisava. E naquele jogo inesquecível, ele arrebentou na Vila de Fordlândia. Poderia ali naquele jogo ter recebido o seu passaporte para jogar no time titular do América, mas outro acontecimento estava se realizando na cidade. Personalidades azuis estavam unidas e poderosas para chegar primeiro até a residência dos Jennings para convencer o pai de Edu, o senhor Carlos para autorizar o garoto a ir jogar no São Francisco. Como dizer não, a essa cúpula de cartolas, que mereciam todo respeito no que falavam e prometiam. Chico Coimbra, Evandro Vasconcelos, Machadinho e Otaviano de Matos. Quando retornou de Fordlândia, com o América, Edu já era jogador do Leão. Quando Edu se apresentou no elenco, deu para perceber, que a maioria das estrelas do time não se fazia presentes nos treinamentos é que estavam servindo a Seleção Santarena em Belém, no Campeonato Intermunicipal. Então, não foi difícil o garoto se firmar logo como titular em algumas partidas amistosas. Porém, na volta dos titulares absolutos, não foi fácil para o garoto enfrentar as cobras que estavam voltando. Na sua posição tinha o Nego Arinos e o titular absoluto, Carlitinho, jogador de Seleção. Mesmo assim, ficou no São Francisco jogando algumas partidas e ganhando os títulos do Leão com as demais estrelas do clube. 

No ano seguinte, precisamente em 1971, vieram as primeiras propostas, uma com cheiro de açaí era pra fazer teste no Clube do Remo, mas aconteceu algo que muitos torcedores do Leão santareno não entenderam, não foi para o Clube do Remo e nem ficou no São Francisco, atravessou o bairro e foi jogar no Pantera Negra. Uuhh! Muitos boatos surgiram em toda a cidade. Foram os cartolas do São Francisco que não deixaram ir. O clube do Remo queria pagar muito pouco por ele. O São Raimundo pagou uma fortuna para ele ir pra lá. De tudo comentado, mas, não foi nenhuma destas coisas ditas e não ditas. Edu abriu a boca e o coração: “Apenas atendi um pedido especial do meu irmão Carlito, torcedor fanático do São Raimundo, que me pediu para jogar no Pantera”. E não se arrependeu, ao chegar no clube alvinegro, Edu não teve dificuldades para se adaptar no elenco, por sinal muito bom e foi um grande desafio vencer o seu ex clube nas partidas decisiva, mas conseguiram de maneira sensacional, ser campeão invicto em 1971. Edu lembra a forte equipe que contava com jogadores de alta qualidade como: Goleiros: Walkir, Genésio, Surdão e Edimar. Laterais: Simão, Jedaias, Pedro Nazaré, Odair, Brito e Boquinha. Zagueiros: Inacinho, Dias, Orlandino, Inácio e Pinga. Meias: Dão, Antonio Walter, Donaldo, Bimbinha e Jennings. Atacantes: Edu, Arinos, Papita, Cabinha, Petróleo, Carlos Alberto, Mário César, Zuza, Baiano e Cláudio. O time base era Walkir, Simão, Inacinho, Orlandino e Odair; Dão, Antonio Walter e Donaldo; Edu, Petróleo e Zuza. Depois de mais uns anos no Pantera, Edu retornou ao São Francisco, e em 1975, ganhou mais um título sensacional, novamente contra o rival que já fora seu. Apesar de o São Raimundo ter a vantagem de jogar pelo empate e ter um elenco muito forte, não segurou os determinados azulinos da nova geração e outros com mais experiências para fortalecer a garotada: Alaércio, Laurimar, Figueirõa, Renato e Cláudio; Da Silva Canoa, Chicão e Jeremias (Pedrinho), Edu, Edwar e Dorivan foi o time base daquele ano. Edu marcou um dos gols da vitória de 3x1 sobre o Pantera, onde foi muito comemorado, já que o Leão estava há quatro anos consecutivos que não ganhava um título.

O novo trabalho afastou o craque dos treinamentos e não pode mais cumprir a disciplina tática e nem técnica, pediu à diretoria o seu afastamento das quatro linhas. 

A diretoria lhe ofereceu um jogo de despedida contra o São Raimundo. Foi um dos únicos jogadores, que recebeu como honra de seus trabalhos pela sua equipe, um jogo de despedida.

“Edu, não foi só um dos melhores na posição, era um jogador de explosão. Foi o melhor ponta direita do São Francisco. Raça e determinação foram um dos pontos crucial para o sucesso deste craque santareno, por isso, vários elogios rasgados sempre recebeu quando atuava nos clubes que jogou. Edu, foi um grande jogador e imenso amigo. No nosso tempo de São Francisco, ele só faltava fazer chover”, disse Cuca, ex-craque do Leão santareno, e de Belém.

Esse jogo de despedida foi um dos acontecimentos que mais tocou no ego do nosso craque, quando saia de campo foi aplaudido de pés, pelos torcedores e pela imprensa que se fazia presente na festa de Edu.

Um acontecimento que marcou em Santarém, em um clássico RaixFran. 

Garrincha fazia apresentações nos estádios, e veio a Santarém para jogar um RaixFran especial. Jogo terminado em 2X1 para o Leão. Edu não só se emocionou de ver Garrincha, ter jogado a seu lado e contra, mas de ter sido o jogador, que deu o passe para que Garrincha fizesse o gol da vitória. Momento único para um jogador de Santarém, onde apenas conhecia o fenômeno Garrincha por revistas ou notícias de rádios. Mas que teve na sua história de futebol, o Manoel Garrincha. Por um dia, mas foi seu companheiro de equipe.

O corpo de Edu Jennings chega a Santarém às 14:30 horas de sexta-feira (13). A Família informou que será na Capela Mortuária da Igreja de Nossa Senhora de Aparecida e o sepultamento será nosábado 914), às 09 horas da manhã.. Com informações e foto de Raimundo Gonçalves.

Fonte: Portal Santarém

 




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