O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, recebeu na segunda-feira (16), a Medalha Solidariedade para Doadores de Órgãos e Tecidos, em sessão solene no Plenário Newton Miranda da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em Belém. A homenagem ocorreu em comemoração ao “Setembro Verde”, em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos pela instituição que superou este mês a marca de 50 transplantes.
O responsável técnico pelo serviço de transplantes da unidade, médico nefrologista Emanuel Esposito, representou o hospital, que em 2010 deu os primeiros passos para o sonho de fazer captação de órgãos em Santarém.
Diante das dificuldades de inserir na fila do transplante, pacientes renais crônicos que eram atendidos no setor de Hemodiálise do HRBA, a equipe vislumbrou a oportunidade de realizar o procedimento na cidade. A partir daí instituiu a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que começou a trabalhar na busca de doadores e na aptidão do hospital para fazer o diagnóstico de Morte Encefálica (ME). Isso possibilitou que as famílias dos pacientes falecidos com ME fossem entrevistadas e pudessem autorizar a doação dos órgãos.
A primeira captação de múltiplos órgãos no HRBA - unidade pública de saúde do Governo do Estado do Pará e gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar - ocorreu em 2012 e foi realizada por uma equipe de fora do município, com participação dos profissionais da unidade.
A partir daí o serviço foi aperfeiçoado e a CIHDOTT se tornou Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) - atualmente a de Santarém é a única em funcionamento no Pará, segundo Esposito. “Começamos a colher os frutos de um trabalho iniciado há 10 anos. Um trabalho que no início foi muito difícil, pois estamos em uma cidade do interior, longe da capital Belém, mas conseguimos convencer e mostrar para os gestores que Santarém, e a Região do Baixo Amazonas, precisava ser atendida por essa modalidade de tratamento e que nós, além de precisar, temos a capacidade de resolver”, destacou Esposito.
O primeiro transplante de órgãos no Hospital Regional ocorreu em 2016, a partir de um doador vivo. No ano seguinte, em 2017, foi realizada a primeira captação de órgãos com uma equipe própria da unidade, e em 2018 o primeiro transplante renal feito de doador falecido. Atualmente, o hospital alcançou a marca de 51 transplantes realizados e 149 captações de órgãos.
“Temos um hospital muito bem estruturado e gerenciado, com profissionais competentes para fazer todo serviço que envolve transplante. Essa medalha contempla um reconhecimento dessa nossa capacidade, engajamento e esforço. É um trabalho que está ecoando e se perpetuando”, comemorou Espósito ao receber a medalha em Belém.
Para o diretor hospitalar do HRBA, Hebert Moreschi, este reconhecimento por meio da Alepa demonstra o crescimento da atuação da unidade em toda a região Oeste do Pará. “Conseguimos fazer a diferença na vida das pessoas. São mais de 50 transplantes realizados, 50 pacientes a menos no leito de hemodiálise. São quase 150 órgãos captados, que puderam salvar a vida de pessoas que estavam na fila esperando por um transplante de órgãos em vários locais do Brasil. Os números crescem a cada dia, e temos a certeza que a população está sendo assistida com qualidade, segurança, e principalmente, com assistência humanizada”, finalizou Moreschi.
HOSPITAL REGIONAL DE SANTARÉM TEM TAXA DE MORTALIDADE POR SEPSE INFERIOR À MÉDIA MUNDIAL
O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, está conseguindo reduzir a taxa de mortalidade por sepse abaixo da média mundial. De acordo com o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), a letalidade mundial por sepse está entre 30 a 40% e no Brasil atingiu 55,7% em 2018. No HRBA, neste ano, até o mês de agosto a taxa é de 27,29%.
Antigamente conhecida como infecção generalizada ou como septicemia, a sepse é uma resposta inadequada do próprio organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. Essa resposta inadequada pode levar ao mau funcionamento de um ou mais órgãos, com risco de morte, se não for descoberta e tratada rapidamente. A infecção pode ser bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por protozoários.
No Hospital Regional do Baixo Amazonas, gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA), a enfermeira supervisora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Sheila Oliveira, atribui a redução da taxa às campanhas educativas internas realizadas com frequência na unidade e a implantação e acompanhamento rigoroso de protocolo clínico para reconhecimento e tratamento da Sepse.
“Hoje, a letalidade no Hospital Regional é de 27%, taxa bem abaixo do que observamos nos hospitais do Brasil e do mundo, que de acordo com o. Esta redução se deve às diversas ações internas, orientações e gestão de casos intersetoriais que realizamos nos últimos anos com o objetivo de efetivar o diagnóstico precoce para evitar a mortalidade”, enfatiza.
DIA MUNDIAL CONTRA A SEPSE
Em lembrança ao Dia Mundial contra a Sepse, comemorado no dia 13 de setembro, a equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) realizou uma programação extensa voltada aos colaboradores com orientações e treinamentos sobre a prevenção e identificação da Sepse.
Para a médica pediatra Kátia Haiada, o treinamento é essencial para que a equipe multiprofissional conheça e execute o protocolo de sepse que tem como finalidade identificar e prevenir antecipadamente uma possível piora clínica do paciente. “Essa ação dentro de cada setor é importante porque faz lembrar aos profissionais que estão na base, os nossos operacionais, a importância do reconhecimento da sepse. Eles são fundamentais no disparo do protocolo, pois somos uma equipe multiprofissional, uma equipe que trabalha em conjunto para que seja proporcionado um melhor benefício ao paciente”, aconselhou.
A enfermeira finalizou destacando a importância da prevenção da sepse. “Queremos chamar atenção sobre o diagnóstico precoce da sepse e como fazer o tratamento correto, prevenindo o óbito pela doença. Estamos, juntamente com as equipes, lembrando sobre o fluxograma, orientando novamente como acionar o protocolo e quais são os sintomas de um paciente com sepse”.
Fonte: Portal Santarém e Karla Lima