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Santarém(PA), Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024 - 15:55
10/04/2021 as 11:36 | Por Redação |
HMS registra no mês de março o maior número de acidentes ofídicos dos últimos cinco anos
Na região oeste do Pará, HMS é a Unidade referência para atendimentos ofídicos
Fotografo: Reprodução
Acidentes com cobras envolvendo crianças tem sido registrado na Unidade

O período chuvoso comum na região amazônica, faz com que as cobras e serpentes procurem abrigos, na maioria das vezes próximos das residências. Além disso, o próprio avanço do homem na natureza resulta no aumento desses acidentes. Este ano, o Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS) tem registrado um número alto de atendimento por picada de cobras em comparação aos anos anteriores. Na região oeste do Pará, é a Unidade referência para atendimentos ofídicos. 

Reconhecido nacionalmente, o HMS realiza a prescrição dos soros antiofídicos, de acordo com o tipo de animal envolvido no acidente, a administração desse soro também por infectologistas da Unidade e pela equipe Núcleo de vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH), que tem um papel fundamental de notificações e monitoramento.  

O infectologista do HMS, Dr. João Assy destaca que para este tipo de atendimento o Hospital Municipal desempenha um papel fundamental na região e no país. Ele aponta ainda sobre como o atendimento eficaz e de reconhecimento contribui para o melhor uso desses insumos. “A região oeste do Pará, principalmente em Santarém, é um dos locais no Brasil com um dos maiores números de acidentes ofídicos registrados e notificados e o HMS se não for o que mais atende é um dos que mais atende no país e talvez no mundo, são mais de 250 casos por ano”, enfatizou ele. 

O HMS registrou nos últimos três meses 104 acidentes ofídicos. Em março, foi o mês com mais notificações, chegando ao número de 41 acidentes com cobras ou serpentes. Em comparação ao ano de 2020, no mesmo mês, o número de atendimento foi de 19 pacientes. Segundo dados da NVEH cerca de 90% desses acidentes houve o uso do soro botrópico, que é o soro utilizado em acidentes com serpentes do gênero Bothrops, como por exemplo a jararaca. 

Acidentes ofídicos em crianças 

A suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia, fez com que as crianças passassem mais tempo em casa e explorassem quintais e terrenos, onde em geral esses animais podem estar. 

Elano Silva, 10 anos, morador da comunidade São Raimundo da Palestina, região do planalto de Santarém, chegou no Hospital no dia 3 de abril após ter sido picado por uma cobra, do tipo jararaca. Ele contou como foi o acidente. “Eu fui apanhar maracujá, eu estava com a minha prima e meu irmão. O meu irmão pisou na cobra e ela deu o bote em mim, que estava bem perto”, lembrou. 

A mãe Eliane Silva disse que apesar do ocorrido o filho ficou bem calmo. “Nós viemos direto para o Hospital, quando foi atendido já recebeu o remédio próprio para a cobra que picou ele, e fomos muito bem tratados, graças a Deus”, disse ela.  

Juliano Sarmento, 4 anos, mora na comunidade Cutilé, na região do Arapiuns, no município de Santarém e também sofreu uma picada de uma jararaca. 

Segundo Luana Sarmento, mãe da criança, eles voltavam da roça quando o acidente aconteceu. “Todos nós passamos por cima da cobra e não vimos, ele que vinha atrás levou a picada. Isso foi no finalzinho da tarde. Logo foi chamado a ambulancha, nós chegamos aqui no Hospital pela madrugada, fomos atendidos de imediato e ele recebeu o soro e depois ficou mantendo o tratamento na perna”, contou ele. 

O juliano e Elano ficaram internados na clínica pediátrica realizando o tratamento, os dois tiveram alta juntos e puderam voltar para casa sem sequelas. 

O infectologista explica como as abordagens adequadas são essenciais para salvar vidas e que o caminho para a diminuir essas ocorrências é a prevenção. “É importante os protocolos, o uso racional do soro para que não falte, a identificação correta de cada cobra e a prevenção, orientar a população para tentar reduzir a quantidade de acidentes ofídicos por picadas de cobras ou serpentes que acontecem na nossa região”, finalizou o Dr. João Assy. 

Fonte: Portal Santarém e Natashia Santana/HMS e UPA

 




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