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Santarém(PA), Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024 - 16:22
20/02/2020 as 15:33 | Por Da Redação |
Fenômeno "terras caídas" provoca extinção de comunidades da zona ribeirinha de Santarém
Defesa Civil está preparada para atender os ribeirinhos, caso seja necessário
Fotografo: Reprodução
Comunidade de Aracampina convive com riscos do fenômeno "terras caídas"

Centenas de famílias da zona ribeirinha de Santarém, no oeste do Pará, às margens do rio Amazonas, revelam que convivem com problemas ocasionados pelo fenômeno "terras caídas".

Segundo os ribeirinhos, além das causas naturais, quando a correnteza do rio bate com força nas margens e destrói o solo, provocando deslizamentos de barreiras, o tráfego intenso de grandes navios no Amazonas, provoca banzeiros que aceleram o fenômeno. 

Por conta do "terras caídas", comunidades inteiras de Santarém estão 'desaparecendo do mapa', de acordo com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec).

O titular da Comdec, Darlisson Maia, informou que a Comunidade de Fátima de Urucurituba, que se localizava às margens do rio Amazonas, foi extinta no ano de 2015, onde as famílias foram  retiradas da zona ribeirinha e abrigadas em alguns lotes, na região do Eixo-Forte, na área de influência da rodovia Fernando Guilhon, em Santarém.

Já no ano de 2019, segundo Darlisson Maia, a Comunidade de Aracampina, também às margens do rio Amazonas, sofreu sérios problemas por conta do fenômeno natural, mas não houve famílias retiradas do local.

Além de Aracampina, duas comunidades da região do Arapixuna, no ano passado, foram atingidas com o fenômeno "terras caídas".

Na época, quatro residências das comunidades Guajará e Vila Amazonas sofreram danos. Além das casas, pequenas embarcações ficaram soterradas e a histórica escadaria da Comunidade Guajará, com 162 degraus, também foi atingida.

Darlisson Maia revela que neste ano ainda não houve problemas ocasionados pelo "terras caídas". Porém, a Defesa Civil está preparada para atender os ribeirinhos, caso seja necessário.

"Esse fenômeno é natural. Caso ocorra algum problema, as famílias serão retiradas e abrigadas em um local seguro, o mais perto da comunidade", explicou Darlisson, acrescentando que no caso de Fátima de Urucurituba, houve a necessidade de retirar as famílias do local.

"Por muitos anos, os barrancos foram caindo até chegar um ponto que se tornou inseguro permanecerem lá", complementou.

ENTENDA O CASO DE FÁTIMA DE URUCURITUBA

No ano de 2012, o Serviço Geológico do Brasil classificou a área da comunidade de Fátima de Urucurituba como sendo de alto risco e já tinha determinado que as famílias fossem retiradas do local.

Em 2015, cerca de 45 famílias que moravam em Fátima de Urucurituba, afetadas pelo fenômeno das ‘terras caídas’, foram remanejadas para o assentamento Santa Maria, no Eixo Forte. Na época, uma equipe do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) coordenou o projeto agroextrativista.

Segundo os moradores, 2009 foi o ano mais difícil na comunidade, porque igreja, escolas e muitas casas foram destruídas.

De acordo com o presidente da Associação de Fátima de Urucurituba, Cristovão Santos, os moradores já vinham solicitando a transferência desde 2009, onde seis anos depois foram atendidas pelos órgãos competentes, após 95% das terras da comunidade terem sido atingidas.

Já o Incra informou que as casas dos ribeirinhos foram construídas em uma área de 40 hectares, após a formalização de uma ata que apontou a entidade responsável pela construção.

Por: Manoel Cardoso

Fonte: Portal Santarém

 




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