Em palestra, durante o evento intitulado "Educação 360", que aconteceu neste mês de setembro, no Rio de Janeiro, o cientista e climatologista, Carlos Nobre, defendeu uma ação urgente para frear o desmatamento da Floresta Amazônica.
Ele revelou que "estamos próximos do ponto de ruptura pra savanização da Amazônia".
Segundo o professor, Carlos Nobre, se o desmatamento passar de 20 ou 25% da área de floresta da bacia, poderá chegar no ponto de ruptura, onde 50, 60 ou até 70% da Amazônia vai virar savana.
"Aí a floresta desaparece e libera 200 bilhões de toneladas de carbono pra atmosfera. Vai ser muito mais difícil atingir os objetivos do Acordo de Paris", alerta o professor Carlos.
Ele reforça que o desmatamento está próximo de atingir o ponto máximo para a floresta virar savana. "Nós estamos com 15 a 17% de desmatamento em toda Amazônia. São 20% na Amazônia brasileira. Então, nesse ritmo de desmatamento que estamos observando nos últimos anos, estamos falando de 20 a 30 anos, pra não ter mais volta. Aí é irreversível, porque uma vez que virou savana, ela vai estar em equilíbrio com esse novo clima", revelou o professor.
Carlos Nobre, que há 20 anos formulou a hipótese da “savanização” da Amazônia em resposta a desmatamentos e vem estudando como o aquecimento global pode influenciar a floresta tropical, afirma que as atividades humanas, principalmente as emissões de gases de efeito estufa, já modificaram o clima global de maneira evidente e com impactos cada vez mais perceptíveis em todos os setores socioeconômicos e sobre ecossistemas, inclusive no Brasil.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: Portal Santarém