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Santarém(PA), Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024 - 21:46
06/08/2020 as 10:25 | Por Redação |
Denúncia - Indígenas rebeldes são acusados de invadir área da etnia Borari em Alter do Chão
Segundo o Cacique Maduro, a etnia `Sapú Borari’ nunca existiu em Alter do Chão
Fotografo: Reprodução
Cacique Maduro pediu a remoção dos invasores, junto ao Município de Santarém e União

O segundo semestre do ano de 2020 começou com intensas denúncias de invasão de terras indígenas, na Vila Balneária de Alter do Chão, conhecida mundialmente o `Caribe da Amazônia’, distante 37 quilômetros de Santarém, oeste do Pará. No local, terras demarcadas registraram derrubada de floresta e, ainda mais grave, a venda de lotes para ocupação ilegal dos territórios tradicionais.

Entre as denúncias, a ocupação de uma área, localizada na cabeceira do Lago do Jacundá II, em Alter do Chão, por um grupo de pessoas intituladas indígenas, levou o Cacique Maduro, da etnia Borari, a pedir a remoção dos invasores, junto ao Município de Santarém e a União. Segundo ele, a invasão começou há duas semanas, por um grupo de índios rebeldes, que se desligaram da etnia Borari e se denominaram de ‘Sapú Borari’.

O problema, de acordo com o Cacique Maduro, é que a etnia `Sapú Borari’ nunca existiu em Alter do Chão. “Esse grupo, posso dizer que é de rebeldes. Eles se desligaram da gente e criaram outro grupo, a etnia `Sapú Borari’. Mas, posso garantir que esse povo nunca existiu na história de Alter do Chão”, afirma o Cacique Maduro.

Ele conta que a área foi doada no ano de 2003, para o Movimento Indígena, próximo a cabeceira do Lago Jacundá II. Porém, em uma parte da área, foram assentadas famílias indígenas que não tinham onde morar.

“Como cacique, fiz a doação de uma parte dessa área, para uns indígenas que não tinham onde morar. Deixamos também uma área para obras sociais. Já temos o projeto de um espaço cultural, aprovado nesse local. Agora, chega um grupo de pessoas se achando no direito de ocupar esse local, porque se dizem indígenas. Nós temos a posse desse lugar desde 2003, por isso queremos a nossa área novamente”, ressalta o cacique Maduro.

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

De acordo com moradores de Alter do Chão, a invasão de terras indígenas não é um problema que começou na pandemia de Covid-19. Na Vila Balneária, segundo os moradores, invasores, muitas vezes motivados por negócios ilegais de especulação imobiliária, se instalam em terras indígenas e na Área de Proteção Ambiental (APA) de Alter do Chão.

Os moradores revelam que, um exemplo de ocupação irregular, fica as margens do Lado do Jacundá. No local, uma empresa imobiliária comercializa lotes, medindo 10 metros de frente por 42 metros de fundo, no valor de R$ 16 mil.

REPERCUSSÃO NA CÂMARA DE SANTARÉM

O vereador Jardel Guimarães, em pronunciamento na Câmara Municipal de Santarém, na última terça-feira, 04, manifestou um problema de invasão de terras que está ocorrendo na Vila Balneária de Alter do Chão. O parlamentar recebeu a denúncia durante uma reunião com lideranças, inclusive o cacique Maduro, no último fim de semana.

O líder indígena pediu ajuda, segundo Jardel, para mediar o conflito existente na área próximo ao Lago do Jacundá II, pertencente a Associação Ipiranga dos Borari. A invasão inviabiliza a realização de projetos que são desenvolvidos com recursos de organizações internacionais. Para a mediar o conflito, o parlamentar sugeriu uma reunião com participação do presidente da Comissão de Terras da Câmara de Santarém.

Por: Manoel Cardoso

Fonte: Portal Santarém

 




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