Nas últimas 48 horas foram registradas seis mortes por Covid-19 em Juruti, no Pará. O Município de 60 mil habitantes pede socorro na saúde. Sem uma estratégia para combater a doença, Juruti já tem 127 casos positivos, o prefeito interino West Lima (MDB) provocou uma crise política com demissão de parte dos secretários, procuradores e servidores, atrapalhando o andamento das ações que o município vinha realizando.
A demissão do secretário Zé Maria, que coordenava o Comitê de Crise, resultou em entraves nas decisões do grupo, o Município não consegue sequer comprar com regularidade oxigênio para os pacientes internados no hospital. Na tarde segunda-feira (25), segundo familiares de um idoso que veio a óbito no hospital, o paciente faleceu por falta de oxigênio.
West Lima em entrevista a uma rádio de Oriximiná, em momento nenhum fez alusão a uma estratégia do governo para combater a doença. O aumento de casos é assustador no Município, segundo moradores, Juruti passa pelo pico da doença, porém, se não houver o combate estratégico e eficaz o sistema que já está em estágio de colapso vai se tornar um caos.
Familiares de pacientes acusam que o Hospital Municipal está dando alta, antes do paciente estar curado. Foi o caso de uma enfermeira aposentada que recebeu alta no sábado (23) e no outro dia teve que voltar para o HMJ, onde veio a óbito no mesmo dia. As altas de pacientes são para tentar abrir vagas, o hospital não tem mais leitos para receber outras pessoas doentes. O pedido de moradores é que o hospital neste momento de pandemia seja destinado só para o tratamento da Covid-19, ou abra outrao estrutura para receber os pacientes infectados pela doença.
Moradores de Juruti dizem que há centenas de pessoas com sintomas de Coronavírus que não estão procurando as unidades de saúde, pois não são feitos testes rápidos, não tem medicamentos nas farmácias básicas, e há um medo de serem infectados dentro da própria unidade de saúde.
A expectativa é que se não tiver uma ação do Estado direta em Juruti, até a próxima semana, sem nenhuma estratégia para frear a proliferação da doença e sem atendimento, os profissionais da saúde comecem a fazer a escolha de Sofia (escolher quem morre e quem vive).
Fonte: Portal Santarém
