Uma obra irregular que estava sendo executada pela empresa denominada Xingu, no município de Porto de Moz, no Pará, dentro de uma propriedade particular, e que foi denunciada pelo Portal Santarém em abril deste ano, foi paralisada e o serviço está sendo investigado.  

Segundo a denúncia feita pelos proprietários da área, a empresa que foi contratada pelo governo do Pará para realizar serviços de drenagem e pavimentação de ruas, no Município de Porto de Moz, e conta com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Infraestrutura de Porto de Moz, invadiu um sítio de propriedade da família, onde iniciou o trabalho de drenagem pluvial, desmatando o local e destruindo a nascente de uma igarapé que deságua no rio Carini. 

Em contato com nossa reportagem, a empresária Janete Tavares informou que após a denúncia, a obra foi paralisada, aguardando um posicionamento do Ministério Público. "Eles estão recorrendo da nossa denúncia. Mas, essa situação é muito complicada, o pessoal do MP e do Judiciário vieram olhar o local e perceberam o crime que eles estão cometendo. Pois, o local é totalmente preservado e vai se tornar um lixão, sendo que eles já tornaram um lixão em vários pontos da cidade. Vamos continuar lutando pra preservar nossa área", informou Janete Tavares. 

FIQUE POR DENTRO 

Uma empresa contratada pelo governo do Pará para realizar serviços de drenagem e pavimentação de ruas, no Município de Porto de Moz, na região do Xingu, virou alvo de denúncia de moradores. Segundo a empresária Janete Tavares, a empresa denominada Xingu, que presta serviços para o governo do Pará e conta com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Infraestrutura do Município de Porto de Moz, invadiu um sítio de propriedade de sua família, onde iniciou o trabalho de drenagem pluvial, desmatando o local e destruindo a nascente de uma igarapé que deságua no rio Carini. 

“Essa empresa está representada pelo senhor Flávio, que é engenheiro civil, mas está com apoio desta secretaria de Porto de Moz. Eles nunca nos procuraram para fazer qualquer estudo de impacto ambiental nessa área. Se trata de um terreno particular que mede 250 metros de frente por 1.000 metros de fundo. No entanto, eles entraram, derrubaram a cerca, todas as árvores, abriram crateras e destruíram totalmente a nascente do igarapé. Queremos que os órgãos de preservação do meio ambiente como Ibama e ICMBio nos apoie, porque já entramos com uma ação no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), mas a Justiça é um pouco mais lenta, por causa da pandemia”, declarou Janete. 

Ela conta que além de sua família morar em uma casa dentro do sítio, também existe um caseiro que reside no local e, que todos estão correndo todos os tipos de riscos com a obra apoiada pela Prefeitura de Porto de Moz. 

“Existe grande plantação na propriedade, mas na área da nascente deixamos as árvores nativas preservadas, assim como tem peixes e não deixamos ninguém pescar. Essa área é tão preservada que nem problema com lixo não temos. Então, essa empresa com a Prefeitura querem jogar um sistema de drenagem pluvial para dentro do sítio, transformando a nascente em um esgoto a céu aberto. Quando a obra ficar pronta, poderemos sofrer até contaminação”, denuncia Janete, acrescentando que seu marido é engenheiro florestal e sempre cuidou do local, para que permanecesse preservado. 

“A área era toda arborizada e, agora está irreconhecível e toda destruída. A gente sempre preservou essa nascente. O que a gente não contava era que o órgão administrativo, que deveria ser o primeiro a preservar o meio ambiente, seria o responsável pela extinção de um manancial”, complementou. 

Em contato com nossa reportagem, Janete Tavares disse que essa obra adentrou em sua propriedade particular e está destruindo o meio ambiente. "Com relação a obra de asfaltamento, nós não temos nada contra, que possa atrapalhar. Nós estamos sim querendo o asfaltamento da rua, que nada impede, sem que eles jogassem esse final de drenagem em nossa propriedade. A empresa poderia jogar esse dejetos na Rua Raimundo de Jesus, onde já existe drenagem no local, e que iria contaminar somente um local. Além de estarem contaminando o rio Carini, eles querem poluir uma propriedade particular onde existe uma APP", denunciou Janete Tavares. 

A OBRA 

A cidade de Porto de Moz faz parte da lista de 12 municípios localizados nas regiões do Xingu e Tapajós que recebem obras de drenagem profunda e pavimentação do programa Municípios Sustentáveis, desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop). 

Em Porto de Moz, segundo a Sedop, 44 ruas estão sendo beneficiadas. Para o secretário de Infraestrutura do município, Wilson Souza, os serviços vão gerar grandes benefícios para a população. "A gente agradece ao governo do Estado pela parceria. Serão melhorias para o nosso povo poder transitar em alguns trechos onde antes era só lama e, no verão, poeira". 

No total, os investimentos nos municípios de Pacajá, Anapu e Porto de Moz ultrapassam os R$ 69 milhões. A previsão é que os trabalhos prossigam até o fim deste ano. 

Fonte: Portal Santarém