Existe um ditado no interior que diz que, quando uma cidade está muito ruim, só falta botar uma porteira de cada lado e transformar em uma fazenda. Altamira, no Pará, chegou a esse ponto. Literalmente. Depois de abandono e descaso do poder público, o Judiciário decidiu botar essa porteira, fechar a cidade e deixar seus moradores à míngua, sem qualquer direção.
Altamira já vinha sendo tratada como fazenda particular por muitos que deveriam cuidar da cidade e do seu povo. O Prefeito sumiu nesta pandemia e o Município estava à deriva. Para acabar de matar a população, veio uma esdrúxula decisão judicial que impôs de forma ditatorial um lockdow sem nenhum sentido em Altamira.
Essa é mais uma decisão tomada por engomadinhos em gabinetes refrigerados que não conhecem de perto a realidade e o dia a dia do povo. Recebem seus gordos salários em suas contas, faça chuva ou faça sol. Com ou sem vírus. Não fazem a mínima idéia do que é trabalhar por um prato de comida.
Os senhores do Judiciário e do Ministério Público, que orquestraram a decisão, já possuem uma vida muito boa. Muitos trabalham de terça a quinta. Na sexta, embarcam em um avião para Belém e só retornam na segunda-feira. Uma vida de se fazer inveja. Ainda mais para um cidadão comum, desempregado, que precisa trabalhar de sol a sol para sustentar a sua família.
Apesar de existir nenhum estudo científico que aponta o lockdown como medida efetiva para a contenção de vírus, a Justiça assim o decidiu, simplesmente rasgando meia Constituição e jogando na lata de lixo direitos tão duramente conquistados. Negam a cidadão o direito de lutar por seu sustento e por sua vida.
Com 4 óbitos para uma população de mais de 120 mil habitantes, Altamira está entre as cidades com menos índice de letalidade da doença. As autoridades, ao invés de buscarem medidas efetivas, como protocolos de testes em massa e medicação nos primeiros sintomas, preferem trancar todos em casa, com fome.
Enquanto isso, elas se escondem dentro de suas casas, debaixo dos seus cobertores, curtem Netflix e pedem comida no delivery. O pobre, preso em casa, certamente não dorme, têm ansiedade e depressão. Os comerciantes pensam em como mandar seus empregados embora. Empregos são ceifados. Vidas perdidas. Sonhos destruídos.
Tudo está em seu lugar. A Justiça sendo injusta. E o povo altamirense segue sendo tratado como animal em uma fazenda, cujo donos agora colocaram uma porteira de cada lado da cidade e passaram o cadeado.
Fonte: Portal Santarém